"O Dogma 95 é um movimento cinematográfico internacional lançado a partir de um manifesto publicado em 13 de março de 1995 em Copenhaga na Dinamarca. O Manifesto Dogma 95 foi criado pelos cineastas dinamarqueses Lars von Trier e Thomas Vinterberg para a criação de um cinema mais realista e menos comercial. Posteriormente juntaram-se a eles dois conterrâneos, os também cineastas Søren Kragh-Jacobsen e Kristian Levring. Segundo os cineastas, trata-se de um acto de resgate do cinema feito antes da exploração industrial (segundo o modelo de Hollywood). O manifesto tem cunho técnico — apresenta uma série de restrições quanto ao uso de técnicas e tecnologias nos filmes — e ético — com regras quanto ao conteúdo dos filmes e seus directores."
No âmbito deste movimento cinematográfico encontramos o filme "italiano para principiantes" de Lone Scherfig, filme que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim em 2001. Na sinopse do mesmo lê-se: Andreas, um jovem padre viúvo, chega aos subúrbios de Copenhaga para substituir o pároco local. JØrgen Mortensen é um recepcionista de hotel com problemas amorosos e frequenta o curso de italiano. Olympia é uma rapariga charmosa, apesar de muito desajeitada, que sonha em inscrever-se no curso de italiano. Apaixona-se por Andreas e no funeral da mãe descobre que é irmã de Karen, uma cabeleireira que se apaixona por Finn, empregado de mesa mas, quando é despedido, torna-se professor no curso de italiano. Giulia é uma italiana, colega de Finn no restaurante, e tem uma paixoneta por JØrgen Mortensen. O curso de italiano vai funcionar para estas personagens frágeis e solitárias como uma espécie de catalisador que as conduzirá ao encontro do amor, vivido à típica maneira italiana.
Este é um filme, aparentemente simples, sobre gente comum. À medida que a história vai avançando podemos observar (e quase viver) as relações humanas que se vão desenrolando de uma forma tão genuína que desejamos para todas elas um happy end, daquele género, que em algum momento (ou em muitos...) da nossa vida, aspiramos para nós próprios. Uma delícia de filme que recomendo a quem ainda não viu. Daqueles que nos deixa com um sorriso e a pensar que a vida até poderia ser assim... Para vos aguçar (ainda mais espero) a curiosidade, deixo-vos uma deixa do filme:
"Quando alguém morre, quanto tempo passa até nos podermos apaixonar?"