quinta-feira, 15 de março de 2007

"Dá-me a mão"

Ontem estenderam-me a mão e disseram-me o seguinte: "dá-me a mão". E eu dei. Em seguida perguntaram-me: "porque deste a mão?". E eu respondi: "porque me pediste". Ao que me responderam: "podias não ter dado, foste tu que tomaste a iniciativa de me dar a mão".... O que tem este episódio de especial? Nada em particular, a não ser ter-me feito pensar no porquê, ou melhor em muitos porquês...
Porquê é que fazemos o que fazemos na nossa vida? Bem, podemos pensar que existem pessoas que simplesmente não conseguem dizer que não a nada nem a ninguém, mas e todas as outras que não têm "fobia" à palavra não? Porque existem certas acções que nos recusamos a ter? O que nos leva a ter outras?
Obviamente que não espero nenhuma resposta única, ou pragmática quanto baste, mas a verdade é que interiorizei estas perguntas que me surgiram, e sinto-me na obrigação de encontrar uma (ou várias) resposta... Procurar cá dentro o que nos leva a agir fora... Conhecermo-nos melhor, e consequentemente sermos mais responsáveis por nós próprios... Hum... não se afigura tarefa fácil. Alguma sugestão?




6 comentários:

Anónimo disse...

talvez façamos as coisas sem pensar muito nelas, porque pensar nas razões que nos movem na vida, por vezes tem um peso que não estamos dispostos a pagar... Mas por outro lado, assim nunca chegaremos ao que está do outro lado, o lado em que já somos capazes de sermos seres pensantes e responsáveis pelas nossas acções...para o bem e para o mal.

Anónimo disse...

complicado...

Anónimo disse...

Dizer "não" é muito mais dificil do que geralmente pensamos...
Quando alguem nós estende a mão dificilmente recusamos e mesmo quando o recusamos deixa-nos a pensar. Curiosidade, compaixão, confiança, são apenas algumas coisas que me levarão a dar a mão. Mas isto com pessoas conhecidas e as outras? Quantas vezes me dou conta a dizer um "NÃO" a quem me pede de mão estendida na rua!!
Como diz o último comentário: "complicado..."

Anónimo disse...

Este "post" é deveras complicado, merecia um blog só para o debater!

As tuas perguntas fazem-me entrar num tubilhão de ideias e pensamentos... e a unica certeza é q para mim o "não" tem um enorme poder. Mas e quem o utiliza com mestria é poderoso? faz dos que têm "fobia" de dizer "não" fracos e submissos"?

H. Leão

maria inês disse...

Realmente, tal como o esperado não existe um consenso, nem uma unica resposta. Existem sim diversas perspectivas que nos lançam em novas questões.
Conhecermo-nos a nós próprios pode não ser fácil, mas com certeza terá os seus beneficios. Claro que cada pessoa tem o seu limite, o limite do conhecimento que uma vez ultrapassado, em vez de ser positivo, irá provocar sofrimento, mais ainda do que anteriormente poderia provocar o desconhecimento de nós próprios. Para tentar simplificar posso falar de casos com os quais contacto (trabalho em saúde mental). Vejo, e provavelmente muitos psis sentirão o mesmo, várias vezes pessoas cuja capacidade de pensar a sua vida, os seus afectos, analisar os seus comportamentos é extraordinária. Para os técnicos, tais pessoas representam quase um desafio, sentimos que podem chegar bem longe, em profundidade ao seu ser. Mas, e apesar da real capacidade de insight, ir mais além no seu trabalho terapêutico terá maiores riscos que beneficios, pois pode-se estar a "mexer" em coisas que estão arrumadas por forma a manter a funcionalidade da pessoa. Não sei se esclareci ou compliquei...

Por outro lado e respondendo ao Hugo Leão, não creio que quem não consegue dizer não seja mais fraco ou submisso. Penso que essa dificuldade é um reflexo de muitas outras coisas que existem interiormente. Se calhar em casos desses seria importante procurar dentro o que leva a dizer não "cá fora".

Agradeço as questões que me fazem "ter que" pensar mais além do que inicialmente me propus a fazer.

Cumprimentos,
Inês

A SAIA DA CAROLINA disse...

hum...uma sugestão...sugiro...VIVER!