domingo, 23 de novembro de 2008

Da "Feira da Ladra"

Se há coisa que gosto de ler na edição de Sábado do Público, é a Feira da Ladra, da Catarina Portas. E ontem gostei ainda mais. De tal forma que não hesito em transcrever o último parágrafo:

Esta peçonha nossa do bota-abaixo, mania de um povo de pobres novos ricos que quer sempre tudo novo e moderno, e grande e reluzente, sejam estádios inúteis ou centros comerciais mastodontes, como os eucaliptos cercando e sugando a vida do centro das cidades. Povo sem amor ao que é belo e seu e responsáveis sem sensibilidade nem criatividade: arre, infames!
E Lisboa, com tanto potencial, entregue aos sedentos do betão. A propósito, e a título de exemplo, já conhecem a proposta arquitectónica para o Rato? Muito bonita, é sim senhora... E eu quase a colapsar!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da sabedoria*

Por perceber o 1 pensamos que percebemos o 2, porque 1 e 1 são 2. Mas precisamos também de perceber o e.

E talvez resida aí a diferença...

*sufi

terça-feira, 18 de novembro de 2008

De mim




segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dos filmes

C'est l'histoire d'un Parisien qui est malade et qui se demande s'il va mourir. Son état lui donne un regard neuf et différent sur tous les gens qu'il croise. Le fait d'envisager la mort met soudainement en valeur la vie, la vie des autres et celle de la ville toute entière.Des maraîchers, une boulangère, une assistante sociale, un danseur, un architecte, un SDF, un prof de fac, une mannequin, un clandestin camerounais... Tous ces gens, que tout oppose, se retrouvent réunis dans cette ville et dans ce film.Vous pouvez penser qu'ils ne sont pas exceptionnels mais, pour chacun d'entre eux, leur vie est unique. Vous pouvez croire que leurs problèmes sont insignifiants, mais, pour eux, ce sont les plus importants du monde.

Tão bonito... C'est Paris, e tem uma música...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

De mim

Uma vez, perguntaram-me como é que eu fazia para me recordar e escolher certas citações que colocava aqui. A verdade é que são elas que me escolhem. Lemos algo e esse algo toca-nos de alguma maneira. Tem a ver connosco, ou não. Concordamos, ou não. Mas nunca nos é indiferente. Claro que, e apesar de ter uma memória digna de registo, o recordar dessas mesmas citações só é possível recorrendo às minhas cábulas, ou seja, os inúmeros papéis que na altura tenho à mão, nos quais escrevo, e que vou acumulando à minha volta, sabendo que num determinado momento vou voltar a elas. Tudo isto para aqui deixar mais umas palavras, de outros, que hoje me fizeram imenso sentido.

O simples facto de estarmos vivos, de respirarmos, do nosso coração bater, já é miraculoso e nós somos o local desse milagre. Essa atitude de assombro e encantamento está radicalmente ausente na nossa cultura. E a sua ausência representa o empobrecimento da nossa alma.

Richard Hyckner

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

De todos

Porque às vezes somos surpreendidos quando menos esperamos, e por quem menos esperamos.
What an historical day... Para todos!
ps: foto by Annie Leibowitz

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Da Vida

Somos constantemente confrontados com escolhas. A todo o momento. Desde as mais insignificantes, aquelas que escolhemos sem sequer termos consciência de que o estamos a fazer, essas mesmas, sobre as quais não perdemos tempo a pensar nas eventuais consequências. Passando por escolhas que já nos fazem parar. Pensar. Escolher. Até às escolhas que parecem impossíveis de serem tomadas. Optar por um caminho parece representar uma perda insuportável. Escolher é ao mesmo tempo ficar sem algo, porque ficámos com uma outra coisa. Nenhuma opção parece a certa, porque nenhuma opção nos deixa aquela sensação de bem-estar. É muitas vezes nestas situações que vemos um outro tipo de escolha: o não escolher, que obviamente já é uma escolha. Escolhemos não escolher. Ficamos na ilusão de conseguirmos parar o tempo e adiar indefinidamente uma (outra) decisão. A que preço? É discutível. Mas não será por acaso que existe aquele ditado "mais vale uma má decisão que uma indecisão".
Andava eu a debater-me com estas questões, que na realidade são uma constante, quando ao voltar a olhar para ele, reencontro as palavras de Sartre "somos livres para ser qualquer coisa, menos não-livres"...
E essa é porventura a verdade mais difícil.