domingo, 30 de setembro de 2007

Momentos (1)

Numa conversa com uma amiga eis que ouço o seguinte: "eu tenho dedo para escolher quem me magoa".
Provavelmente já todos ouvimos ou dissemos algo semelhante, portanto a minha admiração não se prende com o que foi dito senão com o que está por detrás. Passo a explicar.
Em termos relacionais temos padrões que adquirimos e que vamos repetindo. Mas o que acontece é que muitos desses padrões relacionais nos trazem sofrimento.
O primeiro passo para quebrar esse ciclo, esse comportamento padronizado é a consciência do mesmo. Às vezes necessitamos de um outro que nos ajude a consciencializar. Outras vezes já estamos aptos a pensar sobre nós próprios e essa consciencialização faz parte do processo natural de (re)conhecimento pessoal.
Depois da consciência da coisa, é tempo de agir. O que nos diferencia a todos é a motivação (que está sempre presente) que nos leva ou não a quebrar padrões que nos fazem sofrer. Como em tudo, é uma questão de escolha e decisão. Como sempre, escolher e decidir revela-se a mais dificil das facetas da liberdade humana.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

leituras

"Os psicoterapeutas devem resignar-se a uma vida profissional de perdas contínuas."
in "Psiquiatria Psicodinâmica"
No mínimo encorajador...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quase a chegar...

... ou talvez não.

domingo, 16 de setembro de 2007

e porque não?

Ontem li no Público, mais concretamente na P2, a habitual crónica da Catarina Portas intitulada "Feira da Ladra". Não gosto nem mais nem menos da dita (crónica), mas o assunto fez-me pensar.
Ler leva-nos a outros destinos, a conhecer outros mundos, outras pessoas, a viver a partir dos olhos dos outros, ter acesso a outras ideias, a outros sentimentos, a sentimentos dos outros que poderiam ser nossos, a acedermos à nossa própria vida de uma outra perspectiva.
Vidas Potenciais escrevia Laurence Durrell...
Mas, essas potencialidades estão, por vezes, escondidas. Aceder a elas pode implicar transpôr um percurso sinuoso sem ter a certeza do que se encontra para lá da linha do horizonte. E esse caminho não é para todos. Há muitos desistentes, há quem desconheça essa realidade . Pior, os que sabem mas viram a cara conformando-se com a infelicidade da sua própria existência.
Nem tudo pode ser relativizado dizem alguns. Concordo. Mas em algum momento o pensar terá que dar lugar ao viver. Viver as nossas potencialidades.
Vidas Potenciais já o escrevia Laurence Durrell...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

de volta

Chove em Lisboa. Chove muito, o suficiente para criar o pânico em algumas ruas da cidade.
Anteontem o som da chuva era diferente. Era napolitano. Não é igual.
O afastamento da vida que levamos pode ser o tónico necessário para encararmos o regresso como uma nova batalha. Dá-nos força.
O afastamento também nos permite ter saudades.
Saudades da nossa rotina, mesmo para aqueles que dizem não gostar e não ter rotina. Têm a rotina de não terem rotina.
O afastamento pode permitir elaborar projectos que encaramos com maior optimismo.
Vemos as coisas de maneira diferente só porque estamos longe.
Ainda que quando regressemos tudo pareça igual.
É bom ouvir a chuva de Lisboa.
É bom estar de volta.