sexta-feira, 27 de julho de 2007

O livro negro...

... de Lawrence Durrell é o livro que me ocupa as noites, e que me faz pensar:

Existe uma correlação entre o presente, este torpor, inércia, e a realidade passada de uma morte de significado simbólico, mítico, porém real como sintoma.

terça-feira, 24 de julho de 2007

outra vez...




As palavras escasseiam, é sinal que a mente pede um descanso.

As palavras escasseiam, é um facto incontornável.

Mas o coração não permite um afastamento prolongado.

girl with a bee dress - maggie taylor, 2004

quinta-feira, 19 de julho de 2007

"O poder criativo do vazio"

É este o mote do IX Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Grupanálise. Nem de propósito... Deixo-vos um excerto que poderá ser lido no folheto do congresso e que foi escrito pelo grupanalista João Azevedo e Silva.

Por vezes, procurando preencher uma Angústia do Nada, uma Inquietação sem Nome, vagueando por um vácuo que, chega a ser traiçoeiramente doce e procurado, conseguem produzir: Música (Beethoven), Poesia (Antero de Quental e o suicídio sob o lema de Esperança), Romance (Graciliano Ramos e Vidas Sêcas)... ou passagens ao acto que podem chegar ao nível do crime individual ou colectivo (guerra).
Ou simplesmente produzir o vivenciar do Nada, do Vazio.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ainda sobre a criatividade...

A criatividade revela-se das mais diversas formas.
Espero que gostem deste facelift. O conteúdo mantém-se.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

...














"A insustentável leveza do ser"... pensante, mas sem imaginação... em algum momento teria que acontecer!

sábado, 7 de julho de 2007

gosto de ti mas...


Acabei recentemente de ler um livro intitulado Gosto de ti mas... da autoria de Ellen Wachtel proeminente terapeuta americana amplamente conhecida no campo da terapia familiar e conjugal.

Desengane-se quem pensa que é mais um daqueles best-sellers americanos de pouco conteúdo ou que sobrevive à conta do que imaginamos que seja senso comum. Desengane-se igualmente quem pensa que é um livro que apenas será útil aos técnicos da área da saúde ou terapias.

Pus de parte os meus (assumidos) preconceitos relativamente a autores americanos, e iniciei a leitura só a tendo posto de parte quando terminei as últimas palavras.

Posto isto, deixo aqui algumas ideias que retive do livro e que nos poderão ajudar a todos, em diversos momentos. E apesar de poderem achar que algumas destas ideias são básicas, no sentido depreciativo, parem e pensem se realmente colocá-las em prática é sinónimo de facilitismo.


Mesmo havendo sentimentos negativos, pode haver o reconhecimento e admiração por qualidades do parceiro.

Praticar a identificação de interacções e comportamentos de que gosta e admira.

Ser menos crítico não implica que deixemos que os outros usem ou abusem de nós.

Aprender a diminuir a intensidade das relações enquanto se aprende e pratica novas formas de comunicação.

Deixar de procurar evidências que justifiquem o que se sente (por exemplo no caso de desconfianças de infidelidade).

terça-feira, 3 de julho de 2007

O equilibrista


Era uma vez um equilibrista que vivia sozinho no seu mundo. Um mundo de cores, sons e cheiros. No seu mundo tudo havia sido possível. Mas já não o era. Já não se lembrava como ali tinha chegado, ao seu mundo, ausente de significados. Tudo parecia tão distante, tão longinquo, tão doloroso... O passado mais não era que um conjunto de memórias vagas, distorcidas, desprovidas de afecto ou emoção. Então porque doía? A procura de respostas implicava uma força que ele já não sentia, invadido por um vazio, um estranho perante si mesmo. Que reflexo era aquele que o espelho lhe devolvia? Que sombra era aquela que deslizava sobre o arame frio que lhe magoava os pés? Arrastava-se só para não cair lá em baixo, pois sabia que nada o esperava a não ser... o nada. Estava preso numa condição da qual não conseguia fugir. Sentia-se a desfalecer, mas não encontrava braços que o suportassem. Que fazer? Que caminho? Como fugir do tormento que carregava?

Coisas simples (2)

Hoje uma amiga disse-me uma daquelas frases que, de tão óbvias e certas, nunca nos passam pela cabeça: "o que nunca foi vivido não pode ser esquecido"