quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Da vida

"Não vou conseguir" - disse Damião ao Jorge
"Conheces o conto das duas rãs?"- perguntou ele?

Era uma vez duas rãs que cairam numa taça de natas. Rapidamente se aperceberam de que estavam a afundar-se: era impossível nadar ou flutuar durante muito tempo na massa espessa como areias movediças. No início, as duas rãs tentaram bater as patitas para chegarem à borda do recipiente. Mas era inútil; por mais que se mexessem, não saíam do mesmo lugar e estavam cada vez mais atoladas. Sentiam uma dificuldade crescente em vir à superfície respirar.
Uma delas disse em voz alta:
- Já não aguento mais. É impossível sair daqui. Não se consegue nadar nesta pasta. Já que vou morrer, não vejo de que serve prolongar este sofrimento. Não faz sentido morrer cansada por causa de um esforço inútil.
Dito isto, deixou de bater com as patitas e afundou-se rapidamente, engolida pelo espesso líquido branco.
A outra rã, mais persistente ou talvez mais casmurra, disse para si mesma:
-É escusado! Não consigo avançar nesta pasta. No entanto, se vou morrer, prefiro lutar até ao meu último fôlego. Não quero morrer um segundo que seja antes da minha hora.
Continuou a dar às patas e a chapinhar sempre no mesmo lugar, sem avançar um centímetro que sequer, durante horas e horas.
E de repente, de tanto bater com as patas e com as coxas, de tanto mexer e remexer, a nata transformou-se em manteiga.
Surpreendida, a rã deu um salto e, patinando, chegou à borda do recipiente. Daí, pôde regressar a casa, coaxando alegremente.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

De mim


Lisboa é, desde o berço, a minha cidade, e como tal não podia deixar passar em branco este aniversário de um dos dias mais trágicos que assolou este pedaço de terra com uma luminosidade ímpar que se vê retratada no rio.

Ainda hoje, quando piso a mármore fria dos agora Armazéns do Chiado, imagino como seria bom pisar o antigo chão de tábua corrida.

Saudosismo é o que é...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Dos outros

A Quinta da Regaleira em Sintra é um "mundo" repleto de simbolismo. O símbolo é um elemento fundamental na comunicação, que remonta, diria eu sem conhecimento de causa, aos primórdios do Homem.
Na Quinta da Regaleira, muitos dos símbolos que podemos encontrar, em ultima instância, remetem para o aforismo socrático Nosce te ipsum - conhece-te a ti mesmo, que nos permite estar (ou ir estando) conscientes da nossa ignorância.
Eu (que me confesso aqui) nunca fui uma fervorosa adepta de Sócrates, estou tentada a rever a minha não simpatia, até porque, estamos sempre a tempo de mudar. Desde que queiramos:)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Das leituras (de férias)


"Todos nós nascemos, vivemos e morremos embrenhados em histórias. As nossas vidas são histórias que contamos a nós próprios e aos outros a respeito de quem somos e daquilo em que acreditamos.

Todo o mundo conhecido, toda a política, toda a religião, toda a ciência, não passam de uma narrativa imensa e complexa - histórias acerca da origem, da finalidade e do sentido da vida.

Todos nós respiramos histórias."




sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Das férias


E agora é a vez de a mente ir descansar para este lados. Até breve.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

De mim

Se eu soubesse colocar uma espécie de banda sonora neste e deste blog, esta música estaria em modo repeat.

ps: será que sábado terei sorte?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Do tempo

Fenómeno raríssimo este de dois post no mesmo dia, aliás, nem sei se alguma vez aconteceu, mas resolvi partilhar com vocês o meu agradecimento público ao tempo (metereológico) que (segundo os senhores metereologistas) nos vai presentear com descida de temperatura, vento, e quiçá, chuva, no litoral, durante o mês de Agosto. O meu muito obrigado.

Dos outros

Era uma vez...
(ou da frágil fronteira entre o conto e a realidade)
Era uma vez... «uma vez»
que à força de ser contada
se repetiu tantas vezes...
que se tornou realidade.
Jorge Bucay