domingo, 23 de novembro de 2008

Da "Feira da Ladra"

Se há coisa que gosto de ler na edição de Sábado do Público, é a Feira da Ladra, da Catarina Portas. E ontem gostei ainda mais. De tal forma que não hesito em transcrever o último parágrafo:

Esta peçonha nossa do bota-abaixo, mania de um povo de pobres novos ricos que quer sempre tudo novo e moderno, e grande e reluzente, sejam estádios inúteis ou centros comerciais mastodontes, como os eucaliptos cercando e sugando a vida do centro das cidades. Povo sem amor ao que é belo e seu e responsáveis sem sensibilidade nem criatividade: arre, infames!
E Lisboa, com tanto potencial, entregue aos sedentos do betão. A propósito, e a título de exemplo, já conhecem a proposta arquitectónica para o Rato? Muito bonita, é sim senhora... E eu quase a colapsar!

3 comentários:

magarça disse...

Absolutamente descontextualizada.. infelizmente mais um exemplo de varios que se espalham pela cidade..

spring disse...

Olá Inês!
Olhamos a nossa cidade e cada vez mais as marcas da sua história vão desaparecendo, um dia destes ainda vamos encontrar um centro comercial no interior do castelo de S. Jorge. Cada vez mais nos interrogamos se os Lisboetas amam a cidade?
PS- Recomendamos a visão do filme "Paris", uma cidade retratada de forma perfeita com as vidas dos seus habitantes a encherem o écran da vida.
Beijinhos
Paula e Rui Lima

Teresa disse...

Não resisti a "meter a colherada" neste post que toca a minha área de trabalho.
Desde a primeira vez que vi este projecto, que provocou um impacto forte em mim. É um elemento brutalista, muito mais do que em "elefante de betão" como numa primeira abordagem pode parecer.
Um elemento novo, que a meu vêr não anula os históricos à volta, antes se assume como uma marca forte e contemporânea (porque a história também se faz hoje desejamos que continue).
Polémico, é certo, mas marcante. Como tal, agrada uns e apavora outros e por isso acho bem que se questione a sua construção, ou não.
Eu, bem, sempre achei tão desorganizado o Largo do Rato que até acredito que resultaria bem, como elemento agluntinador de uma desordem geométrica em que o desnível do pavimento é o principal gerador...
As cidades não param, nem as que têm património histórico tão rico como o nosso (olhem o exemplo de Amsterdão, onde nos surpreendemos em cada rua, em cada quarteirão, para mim o exemplo feliz da harmonia (e tb. às vezes pelo choque)da arquitectura comtemporanea com a de outros tempos.