quarta-feira, 23 de maio de 2007



Pã era o deus grego da natureza.
Era tal a sua fealdade que ao nascer assustou a própria mãe.
Pã cresceu e passou a divertir-se, assustando de um modo repentino, com os seus gritos e a sua aparência, os viajantes solitários, que ficavam com os cabelos em pé,
com o sangue gelado.
O terror era de tal forma que parecia que matava.






Esta súbita e extraordinária erupção de terror e medo - arma de Pã - é o que tem sido chamado de pânico.
De um modo geral, autores psicanaliticos como Freud, Winnnicott, Ferenczi, Tustin, entre outros, consideram que o pânico se fundamenta numa situação de separação. A pessoa que dele sofre fica desamparada e separada de um outro ser (superior) que supostamente lhe deveria proporcionar amor e protecção. Entrar em pânico pode então ser entendido como o situar-se numa certa relação particular com o desamparo.
(in Pânico e Desamparo, 2006)


Muitas pessoas, ainda que não o expressem de forma directa, têm muito medo de ficar sozinhas. Seja por perderem pais, amigos, companheiro(a), um facto é que parece que sentimos que precisamos sempre do outro, ainda que não tenhamos consciência disso...
...um dia destes num outro post um amigo comentava que não devíamos aprender a viver sozinhos...

5 comentários:

Anónimo disse...

Se aprendermos a viver sozinhos mais habilmente convivemos com o outro...

maria inês disse...

é uma perspectiva, penso que falavas no sentido em que conhecendo-nos melhor será mais fácil o estar em relação.
outra perspectiva é se o viver sozinho não nos torna mais virados para o interior, para nós próprios, e portanto menos disponíveis para os outros...
vou pensar nisso:)

Anónimo disse...

ambos verosímeis os pontos de vista, porém existe um choque de emoções quando procuramos aprender e quando escolhemos aprender. A Natureza das nossas emoções reflecte o que vemos e sentimos nos outros. Quando reflectimos o nosso "eu", nem sempre sabemos como reagir para com alguém. Pessoalmente, gosto de partilhar as minhas emoções.

maria inês disse...

não sabemos como reagir com os outros, mas mais assustador e paralisante ainsa é não saber como os outros reagem ao que reflectimos.
o medo do desconhecido está lá...sempre.
beijinhos hugo

Anónimo disse...

verdade...
mas ainda bem que aprendemos com o medo do desconhecido. Que seria das emoções, se não aprendessemos e conhecessemos novas emoções. E por fim... que seria da riqueza da ser humano? Já o Variações dizia "...porque eu só quero ir... aonde não fui."
beijinhos inês