terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

"Three Face Mask"


O Carnaval é a altura por excelência em que mais novos e mais velhos saem à rua e se divertem assumindo identidades que não as suas. Vários exemplos me ocorrem, sendo talvez os mais recorrentes: o homem que se mascara de mulher e o sempre clássico disfarce de palhaço, só para relembrar alguns.
Imaginações à parte (e algumas bem férteis), esta “apropriação” momentânea de novas identidades fez-me pensar no estado de desânimo geral que parece ter tomado conta do país, por motivos sobejamente conhecidos por todos. Quem nunca deu por si num transporte público a observar o resto do mundo, e o negativismo que parece tomar conta da maioria?
Mas desengane-se quem pensa que só factores externos a nós próprios são capazes de nos “deitar abaixo”, muito do que somos, a nossa forma de reagir e percepcionar acontecimentos também nos podem levar ao desânimo falado anteriormente.
Sem mais delongas aqui fica um fragmento de O Banquete, de Platão:

Reconhecemos que cada ser vivo possui uma existência individual e própria e por isso se diz que é o mesmo indivíduo desde a infância até que envelhece; claro que esse indivíduo não conserva nunca as mesmas características, mas entretanto reconhecemos que é ele mesmo

Talvez agora eu própria veja o Carnaval com outros olhos e já que nos momentos em que nos sentimos piores não deixamos de ser quem somos, porque não por um dia sermos algo ou alguém diferente?

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