O Sol incidia em cheio nela e, ao roçar a sua superfície, desprendia reflexos coloridos, que a faziam parecer um objecto de outra galáxia.
Ficou parado durante uns instantes, a observá-la, como se estivesse hipnotizado.
Terá dono? - pensou.
Olhou para todos os lados, mas não viu ninguém à sua volta. Por fim aproximou-se e tocou-lhe. Estava quente.
Ao passar os dedos pela sua superfície, pareceu-lhe que a sua suavidade ao toque correspondia exactamente à sua luminisidade e beleza.
Quero-a para mim - pensou
Com todo o cuidado, pegou nela e começou a caminhar com a montanha de ouro nos braços, rumo aos arredores da cidade.
Fascinado, entrou lentamente no bosque e dirigiu-se para uma clareira.
Ali, sob o sol da tarde, pousou-a com cuidado em cima de uma erva e sentou-se a contemplá-la.
É a primeira vez que tenho uma coisa valiosa só para mim. Uma coisa minha. Só minha! - pensaram ambos ao mesmo tempo.
Jorge Bucay
Quando possuímos algo, quem depende de quem?
3 comentários:
Muito curiosa a semelhança com as parábolas da pérola e do tesouro (Mat 13,44-52).
Isso das posses é um tema que dá pano para mangas...
Olá Inês Megas!
O "Paixões e Desejos" atribuiu o "Brilhante Weblog" ao blogue "Post It".
Beijinhos
Paula e Rui Lima
obrigadíssima paula e rui! um beijinho grande.
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