domingo, 20 de julho de 2008

Da vida

Na semana passada, tendo como cenário o entardecer, visto estratégicamente de um dos miradouros de Lisboa, eu e uns amigos detivemo-nos perante a constatação de um deles que dizia sentir, que, tudo aquilo em que tinha investido profissionalmente tinha sido uma perda de tempo: "em última instância, para que é que me vão servir todas as pós-graduações e mestrados?". Sendo ele um profissional muito bem sucedido, estava a referir-se, como depois explicou, à vida no geral.
Se nós adivinhássemos o futuro, pois claro que tudo seria mais simplificado (e não necessáriamente melhor), mas na realidade só temos o presente para viver. O passado já foi, o futuro ainda será. E se em cada momento presente optamos pelo que nos parece melhor, como é que podemos dizer que a vida foi feita de desperdícios? E como evitar sermos invadidos por esta sensação de, (será) falhanço?
ps: fiquei com a ideia que não consegui transmitir aquilo que queria, mas este calor não me permite mais.

10 comentários:

gralha disse...

Não sei se é do calor que eu própria já sinto, mas realmente não compreendi lá muito bem :)

mir disse...

Acho que o calor ajuda à sensação de falhanço! ;)

maria inês disse...

Bem me queria parecer:)
juro que vou tentar simplificar;)
Imaginem, hoje tomamos uma decisão porque nos parece a melhor, amanhã tomamos uma outra decisão porque mais uma vez nos parece a acertada, e assim sucessivamente. Passados não sei quantos anos essas decisões que um dia nos pareceram acertadas já não nos fazem sentido e achamos que tudo foi um desperdício, mas, na realidade, houve um momento na nossa vida em que elas fizeram sentido, ainda que já não o façam no momento actual. Sendo assim, e como não prevemos o futuro, se vivermos o dia a dia da forma como nos parece melhor em cada momento, como é que passado uns anos (por exemplo) podemos pensar que tudo o que valeu a pena já não vale... Está mais perceptível? por favor digam que sim, senão começo a achar que tenho que antecipar as férias. O que é grave, tendo em conta que ainda há pouco estive no descanso...

Teresa disse...

Eu acho que percebi, Inês.
Mas também penso que, apesar de não prevermos o futuro, sabemos que de alguma forma o condicionamos com as decisões que tomamos agora...o que nos pode colocar dúvidas existenciais que nos limitam e/ou angustiam.

Já percebi que também és uma apreciadora de sushi! Eu sou FANÁTICA, é o meu maior pecado da gula!!!

gralha disse...

Esclarecida, compreendo e concordo :) A única angústia pode estar em reconhecer que não soubemos ou não quisemos fazer as melhores escolhas (ou que fomos demasiado impulsivos, como costuma ser o meu caso)

beijinhos

MISS PU disse...

Se eu soubesse o que sei hoje... (uma das frases que mais uso no dia-a-dia, o pior é que não funciona no presente. E, no fundo é o presente que importa. Pois...

Anónimo disse...

Cara Ines!

Isto sim, é um post digno do epíteto de "giro" :).

Pazes?

Beijinhos do Manolito!

Ps - Se soubesses o que sabes hj, se calhar n tinhas feito metade das coisas que fizeste, mas no entanto terias perdido alguma quota parte da espontaneadade e impulsividade que também fazem parte... e se calhar aos olhos de hj, certas escolhas de ontem n teriam sido as melhores. Mas essas escolhas de ontem, porventura iniciaram outras cascatas de acontecimentos, e às vezes se n tivesse sido aquela escolha, haveria outros certos momentos de hoje, por vezes pouco valorizados, que hipoteticamente se teriam perdido pelo tempo. Como as hipóteses dos encontros e desencontros entre as pessoas.
As vezes o que se ganha com as escolhas erradas são os chamados "danos" colaterais. Em termos do propósito inicial pode ser que se tenha feito asneira da grossa. Mas, nunca se sabe, quais os ganhos secundários desse suposto erro.

Anónimo disse...

Cada um de nós carrega o seu mundo e nesse mundo guardamos sobretudo o sentimento de que nem tudo o que podia ser feito foi feito e que se calhar o que fizemos nem sempre representou a melhor opção. Talvez pelo sentimento que carregamos como seres humanos de uma imortalidade crescente ou então pela cegueira que nos carecteriza de não enxergarmos para além do material imediato...talvez seja por isso...talvez seja por outro qualquer motivo; ou talvez porque se pensou que talvez se tenha adiado algo que efectivamente nunca se deveria ter adiado...quem sabe?

magarça disse...

Racionalmente, são as decisões mais acertadas. O que me leva a concluir que, infelizmente, o factor sorte também tem muito a dizer sobre o nosso futuro..

encapuzado extrovertido disse...

apesar de algo consufo... como percebi bem este post...

sinto, por vezes, o mesmo.

ps. advérbios de modo não têm acento :p