sexta-feira, 25 de abril de 2008

Da liberdade


34 anos volvidos sinto que o conceito basilar deste dia se alterou profundamente. Muitas vozes se levantam em protesto por verem esquecida a luta de tantos, contra aqueles que eram os opressores. Lutava-se pela liberdade, dizem.
Hoje ao escrever neste blog, pergunto-me, se seria possível, há 34 anos, escrever este mesmo post. Um post normalíssimo, e desprovido de qualquer interesse que não o meu próprio, acrescentaria.
É de facto uma conquista poder estar onde quero, com quem quero, como quero. Escrever, falar, opinar. Tudo isto me é de tal forma intrínseco, que o vejo como natural e diria até, um direito adquirido desde o berço.
Pensar que houve uma altura diferente causa-me estranheza, e um espanto que roça a incredulidade.
Pensar que a realidade de há 34 anos ainda poderá ser a realidade actual de alguns...

3 comentários:

echoes disse...

É incrível como tomamos algo de tão grandioso como garantido. Tal como tu (e como a maior parte das pessoas que conheço) não consigo conceber a minha vida sem liberdade, reprimida em todos os aspectos. E parece que essa realidade é tão longinqua...foi só há 34 anos, os nosso pais viveram-na! Era suposto dar mais valor à liberdade, mas como é que damos valor a algo que, como dizes e muito bem, é tão intrínseco? Devíamos dar mais valor...nem que seja porque neste momento, em vários sítios do mundo vive-se como se fosse 24 de Abril de 74.

Porque é que os meus comentários aqui são sempre gigantes??
É porque, definitivamente, fazes-me pensar... :)

maria inês disse...

Porquê não sei, mas sei que gosto de os ler e que já tinha saudades:)

Sara disse...

Eu acho que não só devemos dar mais valor à liberdade como pensar realmente no que significa a palavra! Por vezes pensa-se ter direito a tudo esquecendo que não há direitos sem deveres! E a nossa liberdade acaba onde começa a do outro e parece-me que esse conceito foi perdido, pelo menos por alguns dos jovens que não viveram a ditadura (e nisto parece que eu a vivi, mas tenho como exemplo quem a viveu na pele!)

Por outro lado, também me custa ouvir jovens e menos jovens dizer que na ditadura é que era bom! Havia mais segurança e a economia era perfeita. Será que realmente pensam aquilo que estão a dizer? Ou não fazem ideia do que é viver oprimido?