- E é assim a vida Damião. Todos somos um pouco como o elefante do circo: seguimos pela vida fora atados a centenas de estacas que nos coarctam a liberdade.
Vivemos a pensar que «não somos capazes» de fazer montes de coisas, simplesmente porque uma vez, há muito tempo, quando éramos pequenos, tentámos e não conseguimos.
Fizemos, então, o mesmo que o elefante e gravámos na nossa memória esta mensagem: «não consigo, não consigo e nunca hei-de conseguir.»
Crescemos com esta mensagem que impusemos a nós mesmos e, por isso, nunca mais tentámos libertar-nos da estaca.
Quando, por vezes, sentimos as grilhetas e as abanamos, olhamos de relance para a estaca e pensamos: Não consigo e nunca hei-de conseguir.
O Jorge fez uma longa pausa. Depois, aproximou-se, sentou-se no chão à minha frente e prosseguiu:
- É isto que se passa contigo Damião. Vives condicionado pela lembrança de um Damião que já não existe, que não foi capaz.
«A única maneira de saberes se és capaz é tentando novamente, de corpo e alma... e com toda a força do teu coração!»
in Deixa-me que te conte, Jorge Bucay
4 comentários:
Olá Înês!
Gostámos de ler estas linhas, contra a corrente, escritas pelo Jorge Bucay. e dizemos, contra a corrente, porque elas são um convite à reflexão sobre a nossa capacidade de ultrapassar os obstáculos que a vida inevitavelmente nos lança ao caminho, impedindo essa caminhada serena que qualquer um de nós ambiciona. Saber ultrapassar as dificuldades não é dificíl, dificíl é por vezes esquecer os fracassos. E para isso suceder, não há nada como fintar uns items da nossa memória de elefante.
Beijinhos
Paula e Rui Lima
Encher os pulmões de ar e não nos deixarmos paralizar pelo medo..
a termos na nossa memória e ao nosso alcance quando um "não consigo" se atravessar no nosso caminho:)
Nem imaginas como me soube bem ler estas linhas! (Há "timmings" em que as palavras ganham mais significado) :)
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